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prESSENCIAL

por Thiago Fonseca,

 

 

Presencial ou teletrabalho?


A pandemia obrigou a humanidade ao isolamento para conter o vírus do covid-19.
Sem que ninguém estivesse realmente preparado para isso.


Durante os lockdowns e todas as restrições foi preciso de imediato encontrar soluções para o mundo e as empresas continuarem.


Estávamos tão distantes que tivemos de fazer um zoom para nos conseguirmos ver.


E outras ferramentas que foram disponibilizadas como solução imediata para continuarmos “juntos”.


Funcionou. Porque teve de funcionar.


E durante esse tempo todo, mudou subitamente a forma como vivíamos.


Como em tudo na vida houve desafios e benefícios.


Desafios porque não é fácil mudar hábitos.


Benefícios e oportunidades porque qualquer pessoa viveu de forma diferente.


Trabalhar a partir de casa permitiu a cada um de nós estar mais tempo com a familia.

 

Ter mais tempo para coisas que antes seriam impossíveis. Como fazer mais desporto.


E apesar de vivermos a temer o vírus, essa mudança de estilo de vida deixou muita gente mais saudável.


Durante os últimos dois anos, debateu-se muito sobre as vantagens e as desvantagens do teletrabalho.


Este assunto foi e ainda é motivo de debate em todo o mundo e opiniões podem ser lidas nas publicações de business mais especializadas que existem.


Este texto que escrevo é um artigo de opinião.


E é exactamente isso que estou a fazer. A dar a minha opinião muito pessoal. E como não podia deixar de ser, muito ligada ao meu trabalho e ramo de actividade.

 

Mas antes disso acompanhei todo este tempo outras opiniões. Desde os artigos de algumas das publicações mais influentes no sector como a Harvard Business Review, o The Economist, a Advertising Age e muito mais.


Conversei muito com colegas e outros líderes.

 

Mas mais do que isso fiz sempre a leitura local com a minha própria equipe das vantagens e desvantagens.


Enquanto muitas empresas continuaram em sistemas híbridos, a maior parte dos líderes empresariais já exigem que os funcionários retornem a full-time ao escritório.

 

Isto deveu-se sobretudo pela dificuldade em comunicar da melhor forma com e entre os trabalhadores. Algo que a tecnologia ainda não conseguiu resolver.


E comunicação é o maior pilar da liderança.


Em linguagem popular bem moçambicana pode-se dizer que a tecnologia ajudou, mas no fundo desenrascou.

 

O retorno retornou.

 

As medidas de contenção da pandemia tem vindo a ser aliviadas em todo o mundo. Mesmo apesar de focos de contágio ainda continuarem a surgir.


Algumas empresas que adoptaram sistemas híbridos, foi no fundo para ajudar a “re- transformar” as rotinas e a retoma do trabalho presencial.

 

Ninguém ficou indiferente às vantagens e desvantagens. E o que se aprendeu com esta mudança tão súbita foram os inúmeros aspectos positivos para todos nós.


As empresas não estão a prender. Estão a aprender.


A Humanidade ficou mais humana durante a pandemia. E é por isso que até a palavra flexibilidade anda flexível nos dias de hoje.

 

Um dado curioso a analisar é que a venda dos softwares de controle da performance dos trabalhadores dispararam exponencialmente nos principais mercados mundiais.


E isso revela que as empresas estão preocupadas com a produtividade.


Enquanto por outro lado todos tomámos maior consciência da importância da saúde física, mental e emocional dos trabalhadores e o impacto positivo que isso tem nas suas vidas pessoais e na sua performance individual.

 

E talvez aqui esteja o grande desafio.


Levado ao extremo, se o trabalho presencial fosse um Dia da semana, seria uma Segunda-feira. Enquanto o teletrabalho seria um Sábado.


Daqueles sábados em que só se trabalha metade do dia.


Mas há uma diferença entre trabalhar e ir ao trabalho.
É que organizações são tribos. Alinhadas com o mesmo propósito.


E a maior força de uma tribo é conviver em tribo.


A transferência de conhecimento, de informação, acontece mais rápido e é mais natural. E apesar muitas performances individuais tenham melhorado, o colectivo não evoluiu da mesma maneira.


E são as equipes que vencem. Não as estrelas individuais.


Porque a tecnologia com todos os seus desenvolvimentos que possa ter ainda não substitui o nosso lado humano.


Desde a nossa fase mais primitiva há milhares de anos, uma das maiores características de sermos humanos é que nos juntámos.


E foi assim que a raça humana sobreviveu.

 

O entusiasmo contagia mais.


O vírus do covid-19 pode ser um dos mais contagiosos que já existiu. Mas o entusiasmo passa mesmo se estivermos a usar uma máscara.

 

Passa nos pequenos detalhes. Nas rugas do sorriso dos olhos. Na linguagem corporal. Na nossa energia que se transmite para as outras pessoas. E vice-versa.


É aquela velha discussão se os robôs alguma vez irão substituir o Homem.


Fomos ensinados que temos cinco sentidos.

 

Mas há muito mais.


É só ir a um estádio cheio a vibrar.


E sentir a onda de energia que se transmite pelos fãs da equipe que joga em casa.
Essa energia é tão forte que faz ganhar jogos.


Beneficia sempre a equipe que joga em casa.


A liderança é uma arte.


Quando retomámos à Agência sentimos essa energia.


Testemunhamos todos os dias essa felicidade e alegria. Comunicamos mais.

 

Fazemos acontecer de outra forma.


Não precisamos de agendar reuniões internas. Acontecem naturalmente. Com menos esforço.


Os pequenos detalhes que se transmitem são muito grandes no balanço do resultado no final do dia.


Este debate ainda está a acontecer. A pandemia também.


Outras poderão vir no futuro. Vírus mais contagiosos.Tudo é possível.
Aprendemos muito e continuamos a aprender.


Mas há uma coisa não podemos nos esquecer.


Nada contagia mais do que o entusiasmo.


E isso é mais forte no presencial do que no teletrabalho.


É por isso que é essencial estar presente.

 

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    Thiago Fonseca - Chief Creative Officer and Partner of Agência GOLO / CEO of Grupo LOCAL Mozambique

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