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O Advogado das Marcas

por Thiago Fonseca.

 

Qualquer marca desde que nasce é condenada a viver para sempre sentada no banco dos réus.

 

É como se fosse um julgamento eterno.

 

Sem fim.

 

Em que o júri desse tribunal são os consumidores.

 

Estão sempre atentos e sempre a julgar.


​Quem trabalha em marketing nunca e em nenhum momento pode julgar que é diferente.


​As marcas vivem condenadas.

Ao sucesso ou ao fracasso.

 

E é por este motivo que precisam de um advogado para as acompanhar sempre.


​Neste caso, o advogado da marca é quem fala por ela.

 

Quem a defende em todas as ocasiões.

 

São os profissionais de marketing, as agências de comunicação.

 

E é importante que tratem do caso da marca com a maior perícia.


​Este é um processo complicado porque, se o advogado não defender ou argumentar muito bem,

é a marca que paga uma pena muito pesada.

 

E é uma pena quando isso acontece.


​É por isso que é importante que qualquer empresa dê a maior importância à sua marca.

 

Porque o marketing é o pilar da gestão moderna.


​Quem se inscrever para uma formação em administração de empresas, ou um MBA, vai surpreender-se quando vir como o marketing se tornou a principal disciplina desses cursos.


​O veredicto é que a marca é o maior activo de qualquer negócio.


​O Juíz desse Tribunal Supremo é o mercado inteiro onde actua.

 

Por isso, que quem estiver no seu juízo perfeito não pode ser inocente.

 

Porque, senão, será o principal culpado do que vier a acontecer à sua marca.


É um caso público.


Quando uma marca é bem acompanhada, é um sucesso.

 

Há inúmeras provas e evidências disso.

 

Basta investigar as marcas líderes globais e locais para ver como vivem numa prisão perpétua dentro do coração dos consumidores.


​O papel dos advogados das marcas neste caso, o dos publicitários, consiste em conhecerem o seu cliente a fundo.

 

Aconselhar, ser um dos seus maiores parceiros e o seu melhor consultor em cada momento.

Ser o seu Consiglieri. É um processo complicado e que merece uma grande atenção.

 

Isso implica um trabalho de acompanhamento contínuo. Todos os dias.


​Como em qualquer relação, nas relações que existem entre anunciantes e agências haverá sempre momentos diferentes.

 

Alguns melhores, outros menos bons.

 

Todos eles são importantes porque fazem parte do processo.


​Testemunhas dos maiores cases de marketing no mundo sabem que estes se devem a relações de confiança e de muita proximidade entre quem está do lado do cliente e o publicitário.


​Os grandes casos, levam anos.


​Um advogado de uma marca argumentará sempre a seu favor.

 

Vai expô-la sempre que for preciso. Porque é necessária a maior honestidade para criar consumidores fiéis.


​A publicidade que prometa mais do que aquilo que o produto é, apenas faz com que uma marca seja mais rapidamente acusada.


​Ao contrário dos processos-crime, no marketing nem todas as marcas têm direito a uma boa defesa. Basta ver o que aconteceu com a publicidade ao tabaco, proibida por lei há décadas.


​Outras marcas e produtos nesta era em que vivemos serão incriminadas sem absolvição se forem prejudiciais para as pessoas e para o planeta.

 

Iremos, com certeza, assistir e ver essa justiça ser feita nos próximos anos.


​Como em qualquer tribunal, na comunicação e na publicidade tudo depende das próximas audiências.

 

São as novas gerações de consumidores que vão ditar o desenrolar e o desfecho de todas as marcas.


​Já não é como antes. Como dizia o famoso ditado: “Cada cabeça sua sentença”.

Há uma consciência comum cada vez mais exposta pelo acesso à informação nas redes sociais.

 

As provas estão cada vez mais expostas.


​É preciso fazer direito.


​No marketing não precisa fazer Direito.

 

Precisa, sim, de fazer direito e muito bem o trabalho de construção da sua marca.


​E não o faz quem achar que uma boa estratégia de comunicação ou a publicidade não é importante ou desnecessária.

 

Ou que é o primeiro item que se deve cortar quando as coisas não estão a correr bem, é o mesmo que achar que pode ir a tribunal sem um bom advogado.


​Quando a marca comete uma infracção destas as vendas acusam.

 

Depois, de nada adiantará recorrer quando a sentença não for a seu favor e for chamada novamente perante esse enorme júri que são os consumidores.


​Ao fazer este artigo senti que não estava a escrever.

 

Estava a depor.

 

E a apresentar evidências.


​Espero, sinceramente, que quem esteja a favor desta ideia possa sempre dizer:

 

A causa está ganha.

O Advogado das Marcas

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    Thiago Fonseca - Chief Creative Officer and Partner of Agência GOLO / CEO of Grupo LOCAL Mozambique

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