por Thiago Fonseca,
O racional versus o emocional no marketing é um debate que existe com muita razão e é discutido com muita emoção.
Eu tenho a certeza que a maior parte das pessoas irá dizer, especialmente as pessoas mais racionais, inteligentes, que há factos, razões e evidências que explicam claramente que o racional é o caminho a seguir.
Porque o compreendemos.
Porque sabemos como funciona e temos provas concretas. Só assim podemos chegar a conclusões que levam a decisões tomadas todos os dias.
E se se perguntar a qualquer pessoa, o mais provável é ela dizer que o lado racional é o mais importante.
A maior parte dirá isso.
Como seres humanos somos ao mesmo tempo, criaturas racionais e emocionais
É disso que somos feitos.
E é assim que os nossos cérebros funcionam.
E enquanto vamos vivendo o nosso dia-a-dia toda a gente irá expor a sua razão sempre para argumentar o seu ponto de vista aos outros e dizer conscientemente:
“Isto está correcto, aquilo está errado”.
E a vida segue assim com todos cheios de razão e de razões.
E é por isso que se perguntar, a maior parte das pessoas irá concluir racionalmente que o racional é mais importante e poderoso que o emocional.
E é esse o caminho que deve guiar as nossas decisões, correcto ?
Porque um mais um são dois, certo?
É lógico.
Mas o ponto é que a Emoção não está nem um pouco preocupada com as razões da Razão.
A MAIOR DAS RAZÕES.
Vamos, por momentos, imaginar que a Razão e a Emoção são duas pessoas.
E se a Razão e a Emoção fossem duas pessoas diferentes, e, estivessem a ter esta conversa, esta discussão, a Razão argumentaria contra a Emoção sem parar.
Iria tentar deixar a Emoção sem argumentos.
O ponto é que a Emoção nem sequer abriria a boca para responder.
Ela não se explica. Nem mesmo fala.
E se falasse diria apenas:
“És a Razão!”
Mal sabendo a Razão que a Emoção é a maior das razões.
Porque a Emoção não precisa de se explicar. Ela é o que é.
Não precisa de justificar nem provar nada.
Enquanto a Razão tem muito a provar. E acredita cegamente que está cheia de razões imbatíveis.
Enquanto isso a Emoção fica ali sentada, com calma, e serenidade, a ver o tempo passar e todas as razões do mundo a serem explicadas.
Mas o tempo vai passando.
Chegam as decisões tomadas com base na Razão.
E chega o dia em que, por exemplo, temos de deixar a nossa família, os nossos melhores amigos do coração, e ir trabalhar em outra província ou País.
Porque é uma boa oferta de trabalho.
Ou quando temos de ir estudar para fora. Porque é uma decisão racional.
Mas aí é que está o problema da Razão.
A Razão manda mas não comanda.
Quando nos convencemos de que estamos a fazer o mais correcto, é nesse momento que a Emoção deixa que tomemos a decisão justificada e fica apenas a observar.
E, sem nos darmos conta, a Emoção vence a Razão completamente.
Com uma única palavra, que nem sequer precisa de dizer ou pronunciar: Sentimentos.
E derrete todas as razões.
A Emoção conquista a Razão.
E de repente, sem percebermos por que razão, começamos a sentir.
A Razão começa a repensar tudo.
Começa a reflectir em tudo o que não está a entender.
Os sentimentos tocam mais forte e sente que, se calhar, afinal não está assim tão certa de tudo.
A Razão começa a mudar de ideias.
A tentar arranjar razões que ela não entende, apenas para preencher aquele vazio.
Começa a procurar razões não racionais.
Porque a Emoção que está a sentir é maior.
A Razão apercebe-se que afinal as coisas não estão a correr do modo como tinha pensado.
E a Emoção sorri nesse momento.
Não sorri porque está a ganhar o argumento.
A verdadeira Emoção é pura.
Ela sorri apenas de alegria.
Por saber que a Razão, mesmo sem se saber explicar porquê, estava a sentir a Emoção.
E acontece tão simplesmente quanto isso.
Tudo à volta dos sentimentos puros que fazem de nós humanos.
A mais pura felicidade não se baseia nas coisas racionais.
Ninguém está preparado para bater a Emoção.
Porque é verdadeira e nos deixa sem qualquer argumento.
Ninguém se pode programar para Ela.
E isso acaba com todas as discussões sobre este tema.
A lógica não produz magia.
Marcas imortais são construídas com profundos laços emocionais.
Não vou sequer tentar ser mais racional para explicar a razão do emocional e nem há espaço para escrever aqui.
E tem toda a razão se questionar.
Mas sim, este é um artigo sobre marketing.*
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Thiago Fonseca - Chief Creative Officer and Partner of Agência GOLO / CEO of Grupo LOCAL Mozambique
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